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Pioneirismo feminino nos pampas durante o império do Brasil

  • Foto do escritor: Fernanda
    Fernanda
  • 7 de out. de 2020
  • 2 min de leitura

No século XIX, o movimento feminista fervilhava pelo mundo em busca do direito das mulheres pelo voto (o sufrágio), direito a educação e a ocupação dos espaços - principalmente os públicos. Aqui no Brasil não foi diferente. No Rio Grande do Sul, uma mulher, uma professora, resolveu erguer a voz em nome dos direitos das mulheres.


Luciana de Abreu (1847 -1880) foi deixada na Roda dos Expostos em Porto Alegre recém nascida e acolhida, dias depois, pela esposa de um guarda-livros. A Roda dos Expostos era um local de acolhimento de crianças durante a Revolta dos Farrapos, em que freiras da Santa Casa da Misericórdia acolhiam e destinavam essas crianças a novos lares adotivos.


Luciana se interessava pelas letras desde criança. Em 1867 se casou e depois de casada resolveu seguir o caminho do magistério, por amor mas por anseio em ajudar a casa financeiramente. Mesmo com uma filha ela desafiou os parâmetros da época, estudou e formou-se com maestria. Luciana era conhecida pelas participações em saraus literários por toda cidade e foi a primeira mulher a ser convidada a participar de uma Sociedade Literária


Luciana foi a primeira mulher a discursar em pública em nome dos direitos das mulheres, subindo à tribuna da Sociedade Partenon Literário. Certamente que essa sociedade era adepta de ideais republicanos e abolicionistas e, por isso, concordavam com Luciana quando ela discursava sobre a emancipação feminina. Mas ainda assim, seu ato foi ousado para sua época em que as mulheres não tinham participação na vida pública, menos ainda na vida política.



Em um dos poucos discursos dela que ficaram registrados podemos perceber sua força na luta pela emancipação feminina, e como ela acreditaria que essa se daria pela educação:


"E vós, senhoras brasileiras, que reunis à beleza plástica uma vasta inteligência e um terno coração, não quereis que pulse êle ao amor das letras e da glória nacional? - Ontem, proscritas da ciência e consideradas apenas meros ornatos dos salões, deu-vos o Partenon um lugar de honra no banquete do progresso. Hoje, que a voz autorizada de Andrada se elevou no parlamento nacional em prol de vossos foros, estreai no Partenon o uso de vossos direitos"

Luciana pregava o direito ao ensino superior para as mulheres, o sufrágio, esclarecimento sobre temas que eram proibidos às mulheres e liberdade de escolha de profissão. Ela recebeu muitas homenagens, ainda em vida, e após sua morte foi a primeira mulher a ter seu nome atribuido a uma rua na capital Rio Grandense.



Fontes



SCHUMAHER, S. Brazil, E. Dicionário Mulheres do Brasil. [S.l]: Zahar Editores, 2000, p.393.


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