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Pioneira na luta feminista brasileira: Bertha Lutz

  • Foto do escritor: vidadeprenda
    vidadeprenda
  • 30 de jun. de 2020
  • 2 min de leitura

O final do século XIX e começo do século XX ferviam dos ideais igualitários que as sufragistas europeias e americanas bradavam. Mesmo que fosse um movimento ainda com diversas falhas, essas mulheres deram o pontapé inicial para a conquista de direitos das mulheres.


A brasileira Bertha Lutz (1894 - 1976) foi enviada por seus pais muito nova para estudar na Sorbonne, França, onde cursou biologia e teve contato com esses ideias. Quando voltou ao Brasil além do diploma também trouxe a eferverscência do movimento feminista da época.

Em 1918 publicou uma carta na Revista da Semana criticando o tratamento que os homens davam à causa feminina e convidando as mulheres a se organizarem em luta por seus direitos. Bertha acreditava que as mulheres precisavam ter direito à educação e ao trabalho, além do direito ao voto, assim não seriam mais dependentes dos homens.


Bertha representou o Brasil no Conselho Feminino Internacional, órgão da Organização Internacional do Trabalho (OIT) em que se aprovaram os princípios de salário igual para ambos os sexos e a inclusão da mulher no serviço de proteção aos trabalhadores. Aos 25 anos fundou uma liga feminina que mais tarde se tornaria a Federação Brasileira pelo Progresso Feminino. A principal bandeira da entidade era o voto feminino.


No Congresso Nacional travou incansáveis disputas para alcançar esse objetivo. Se candidatou à deputada federal, assumiu como suplente e apresentou o projeto de lei do Estatuto da Mulher além da criação do Departamento Nacional do Trabalho Feminino, Maternidade, Infância e Lar. Ela brigou pela ampliação da licença maternidade (na época era de 30 dias, queria a mudança para 3 meses) e pela redução da jornada de trabalho (que era de treze horas).


Após a instalação da ditadura do Estado Novo (iniciado em 1937) Bertha precisou largar a política e voltou ao Museu onde ficou até 1964 quando foi aposentada compulsoriamente graças à ditadura militar. Foi eleita "Mulher das Américas" em 1951 e até hoje seu nome é lembrado como uma das primeiras feministas do Brasil. Sua luta pelo movimento sufragista feminino no Brasil foi de extrema importância par a conquista desse direito pelas brasileiras em 1932.


[...] Todos os dias se leem nos jornais e revistas do Rio apreciações deprimentes para a mulher. Não há, talvez, cidade no mundo onde se respeite a mulher. Existem, até, seções de jornais que se dedicam a corrompê-la ou a injuriá-la. O que deve consolar a brasileira é que os homens que essas coisas escrevem são piores do que a pior das mulheres. E são esses os seus mais severos juízes…! *
- Bertha Lutz, 1918

*Trecho publicado no jornal em resposta ao jornalista carioca que afirmou que os progressos femininos nos Estados Unidos e na Inglaterra não teriam muita influência na vida das mulheres brasileiras.




Fontes


SCHUMAHER, S. Brazil, E. Dicionário Mulheres do Brasil. [S.l]: Zahar Editores, 2000, p.129 - 134.


SOUSA, D; CARARO, A. Extraordinárias: mulheres que revolucionaram o Brasil. São Paulo: Seguinte, 2017, p. 72 - 75.



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