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Heroína da Independência ou Joana D'Arc brasileira: Maria Quitéria a heroína do Brasil

  • Foto do escritor: vidadeprenda
    vidadeprenda
  • 24 de nov. de 2020
  • 3 min de leitura

Atualizado: 10 de dez. de 2020

Nem todo mundo sabe mas a independência do Brasil não foi pacífica. O episódio sempre lembrado e o mais famoso é certamente o Grito do Ipiranga, em 7 de Setembro de 1822 ~ que se formos honestas nem aconteceu da forma como é retratado e a historiografia já vem corrigindo esse erro ~ mas antes desse momento icônico na nossa história muita coisa aconteceu: decretos, brigas de família e uma guerra envolvendo a população brasileira que não queria mais ser mandada pelos portugueses.


Uma das pessoas mais ilustres que participou desse momento é Maria Quitéria (1792 - 1853), baiana que fugiu para se alistar ao exército e lutar pelo seu país. Hoje ela é homenageada com nome de rua, de escola, quadros seus nos quartéis do país, etc. E hoje a gente vai falar um pouco mais da história dessa mulher que venceu estígmas no século XIX e foi pioneira abrindo espaço para que hoje as mulheres pudessem frequentar as forças armadas.


Maria Quitéria perdeu a mãe com apenas nove anos e por isso ela que tomava conta da casa e dos outros irmãos e irmãs. Os interesses dela eram diferentes das outras meninas da mesma idade: ela montava, atirava e dançava lundu (dança africana) com os escravos da fazenda de seu pai.

Quando a guerra à sua cidade, o pai avisou os mensageiros que não tinha ninguém para enviar lutar uma vez que seus filhos não estavam mais lá, seus escravos não serviriam e ele já era velho demais. Maria se ofereceu mas o pai negou. Ela então fugiu para a casa da irmã, pegou roupas emprestadas do cunhado, cortou o cabelo e apresentou-se como soldado Medeiros.


Assim, Maria Quitéria se tornou oficialmente a primeira mulher-soldado do Brasil. Ela foi aceita na artilharia mas como era muito franzina foi transferida para a infantaria e viveu escondida até seu pai a descobrir entre outros oficiais. Ela não queria voltar para casa e nem seus superiores queriam perder o talento dela com as armas, por isso ela continuou seu caminho. Maria comandou um grupo de mulheres ~ isso aí que você leu mesmo!!! ~ e juntas expulsaram os portugueses, evento que lhe rendeu a promoção para primeiro-cadete. Sua fama se expalhou pelo país fazendo com que muitos poetas escrevessem sobre a mulher soldado valente e guerreira.


Em 1823 ela recebeu do Imperador a condecoração de Cavaleiro da Ordem Imperial do Cruzeiro e foi comparada à guerreura francesa Joana D'Arc por sua bravura e valentia. Apesar disso, a vida privada de Maria foi alvo de reportagens nos jornais da época que a exaltavam como soldado e também por sua 'pureza' em meio aos tantos homens nos campos de batalha.


[...] O Imperador soube da sua bravura e da maneira correta com que sempre se portara no meio da soldadesca, mantendo-se pura e aureolada pelas mais belas virtudes cristãs.

Diario Carioca, 13 de Janeiro de 1946


Ela voltou para a fazenda do pai com o fim da guerra, casou-se e teve uma filha. Com o tempo sua fama sumiu. Depois de ficar viúva se mudou para Salvador onde morreu aos 61 anos já quase cega. Em 1996, Maria Quitéria se tornou a Patrona do Quadro Complementar de Oficias do Exército Brasileiro.


É quase impossível ~ àqueles que são fãs dos filmes Disney ~ não associar a história de Maria Quitéria a outra heroína, Mulan. A história da Mulan do filme e da Maria possuem similaridades. Aguardamos ansiosas o dia que a história da heroína brasileira esteja nas telonas, para que ela se torne (re)conhecida mundialmente.


Fontes


SCHUMAHER, S. BRAZIL, E. Dicionário Mulheres do Brasil. [S.l]: Zahar Editores, 2000, p.471 - 473.

SOUZA , D. CARARO, A. Extraordinárias: mulheres que revolucionaram o Brasil. São Paulo: Seguinte, 2017, p. 28 - 31.

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