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Damas da Corte Imperial Brasileira: a Imperatriz e a Marquesa

  • Foto do escritor: vidadeprenda
    vidadeprenda
  • 11 de jul. de 2020
  • 3 min de leitura

Quem acha História do Brasil chata é porque nunca teve contato com o que costumamos chamar de história da vida privada. A vida na corte real tinha muito mais do que compromissos políticos. E a história das mulheres que contamos hoje nos mostra justamente isso.


D. Pedro I, Imperador do Brasil, conhecido por ter declarado o Brasil independente em 07 de Setembro, foi casado com uma distinta dama que, apesar de não ser brasileira, teve um papel muito importante na nossa história.


Maria Leopoldina Josefa Carolina de Habsburgo-Lorena (1797-1826), nascida na Áustria, foi prometida em casamento ao filho do Rei João VI de Portugal, como forma de fortalecer a aliança política entre os países. Foi educada nas melhores condições e sempre foi uma grande amante dos livros, da botânica e da música.


Em 1817, Leopoldina casou por procuração em Viena, e posteriormente foi enviada para o Brasil, para oficializar o casamento com o então príncipe Pedro. Já no Brasil, a princesa demorou para se adaptar pelo clima quente e os costumes brasileiros, tão diferentes do europeu.


Ela foi corresponsável pela vinda de célebres naturalistas ao país que começaram uma vasta catalogação da mineralogia, flora e fauna do Brasil. Leopoldina ordenou a reorganização da Casa dos Pássaros (Museu Nacional), e fundou em uma pequena sala do Palácio de São Cristóvão: o Museu de História Natural. Teve papel ativo na permanecia de d. Pedro I no Brasil, e também na emancipação do país. Foi ela quem proclamou a independência do Brasil assinando, em ata juntamente com os ministros, a separação oficial do país em 02 de Setembro¹ de 1822.


Governou de forma interina o Brasil durante os conflitos cisplatinos e faleceu em 1826 após sofrer complicações de uma gravidez. Leopoldina foi a austríaca que abraçou e amou o Brasil como seu país. Inclusive, a cor amarela em nossa bandeira nacional é uma homenagem a sua casa real (Habsburgo). Os restos mortais da Imperatriz estão na cripta do Ipiranga, em São Paulo.

Mesmo casado com Leopoldina, Pedro teve diversas amantes e concubinas. A Imperatriz sabia das relações extraconjugais do marido mas, como boa esposa da época, sofria calada as humilhações dos romances de Pedro. De todas, a que mais abalou Leopoldina foi Domitila de Castro e Melo, que ganhou o título de Marquesa de Santos.


Contra a vontade da Imperatriz, d. Pedro levou Domitila para a corte e a nomeou camareira-mor. A amante tinha muita influência em toda a corte o que abalou ainda mais os ânimos da Imperatriz. Alguns dizem que antes mesmo da morte de Leopoldina, Domitila já queria tomar posse de seus aposentos e teve que ser retirada do quarto pois a Imperatriz começou a gritar causando um escândalo. Porém, depois da morte de Leopoldina, Domitila não conseguiu o tão sonhado título de Imperatriz do Brasil.

Domitila (1797 - 1867) foi amante do então príncipe Pedro I. Mas antes disso ela foi casada com um militar e teve 3 filhos. O marido de Domitila a esfaqueou, fazendo com que ela fugisse para a casa de seu pai e entrasse com um pedido de guarda e divórcio para a corte real, conseguindo ambos em 1824.


O título de Marquesa de Santos foi uma provocação de d. Pedro I à José Bonifácio que era de família santista. Apesar da influência que Domitila tinha na corte, ela enfrentou séria oposição, principalmente por aqueles mais próximos a Imperatriz. Após a morte de Leopoldina, seus inimigos viram uma oportunidade de se livrar da Marquesa, que achava que iria se tornar Imperatriz.


Sob a alegação de que Pedro precisava se casar com alguém das altas cortes europeias, Domitila viu seu romance real chegar ao fim. A nova noiva do Imperador, a italiana Amélia de Leuchtenberg, disse que apenas casaria com Pedro se ele acabasse todos os seus casos extraconjugais. Em nome do decoro e do Império, Pedro termina tudo com Domitila que volta para São Paulo e se casa com um influente brigadeiro (militar).


Domitila termina sua vida como uma grande anfitriã de saraus literários e uma mulher devota. Sua sepultura está no Cemitério da Consolação, terras que ela doou ao estado. Até hoje, o túmulo de Domitila recebe flores e homenagens de seus admiradores.



¹ Comemoramos o 7 de Setembro que foi a data que d. Pedro I chegou ao Rio de Janeiro de viagem e oficializou o ato como imperador brasileiro.


Fontes


SCHUMAHER, S; BRAZIL, E. V. Dicionário Mulheres do Brasil: de 1500 até a atualidade. 2. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2000, p. 374 - 377 / 491 - 492.




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