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As amarras estéticas e o padrão de beleza da prenda

  • Foto do escritor: vidadeprenda
    vidadeprenda
  • 28 de ago. de 2020
  • 3 min de leitura

Belo é um adjetivo que usamos para descrever algo que nos agrade esteticamente. Se julgarmos o belo pela nossa experiência diária, podemos dizer que belo e bom são sinônimos: algo que me agrada é algo que eu gostaria de ter.


O conceito de beleza sofreu alterações ao longo da história. Não é novidade para estudiosos que "[...] a Beleza jamais foi algo de absoluto e imutável, mas assumiu faces diversas segundo o período histórico e o país: e isso não apenas no que diz respeito à beleza física (do homem, da mulher, da paisagem), mas também no que se refere à Beleza de Deus ou dos santos, ou das idéias..." (Humberto Eco em História da Beleza, 2015). Baseando-se nessas informações podemos, então, dizer que beleza é algo relativo: depende da sociedade que está inserida, da época, dos modismos, etc. Além disso, podemos dizer também que a beleza não é absoluta, porque não há só um tipo de beleza no mundo.

Então, se a beleza é relativa, e não é absoluta, porque projetamos um padrão de beleza na prenda?

Perguntamos no Instagram sobre pressão estética e a grande maioria das mulheres que participou da enquete respondeu que já sofreu pressão nos mais variados âmbitos da vida: trabalho, escola/faculdade, tradicionalismo... Acreditamos que, por várias vezes, muitas de nós já sentiram como se precisassem estar perfeitas e impecáveis 100% do tempo.


A sociedade tradicionalista forçou um padrão de prenda que é quase inalcançável, da mesma forma que a sociedade força um padrão estético sobre os corpos das mulheres. Sempre bem vestida (mesmo quando não está com traje), sempre sorridente, sempre simpática, sempre educada. Sempre linda, com o cabelo alinhado e a maquiagem perfeita. Sem um amassado no vestido ou um cabelo rebelde que não se ajeita.



Muitas de nós já tentaram adequar-se a esses padrões. Não queremos aqui, de nenhuma forma, julgar qualquer mulher ou menina por isso. O que precisamos dizer é que tudo bem se você não se enquadra nesses padrões. Não é isso que vai definir quem você é ou o que faz.


Há um movimento, por conta dos feminismos, de aceitação do corpo feminino em suas mais varias formas e tamanhos. Já passou da hora de trazermos o mesmo movimento de aceitação para o tradicionalismo. Uma prenda não pode ser definida pela sua estética.

Você não é o que você veste, usa ou passa. Não são essas coisas que vão dizer se sua gestão foi boa ou não. É aquilo que você acredita e luta pra fazer acontecer. São suas verdades e seus valores que vão mostrar quem você é. A gente precisa (P R E C I S A com urgência!) entender que esse tipo de padrão afeta todas nós de uma forma triste e controladora. Não faz bem pra nossa saúde mental tentar alcançar a perfeição.

Todo o nosso esforço deve ser colocado nas nossas palavras e principalmente nas nossas ações.


Libertar-nos de amarras estéticas nos permite ser quem quisermos e onde quisermos. Respeitamos as normas das entidades tradicionalistas e precisamos entender o que nossos vestidos representam, porque são daquela forma e as representações que fazemos quando estamos em palco. Mas isso não significa que precisamos continuar aceitando dominações sobre nossos corpos e conselhos não solicitados sobre nossas atitudes.

Por último, mas não o fim dessa nossa conversa, deixamos com vocês uma frase dita pela Julia Tolezano no podcast da GNT sobre essa questão da beleza:


"Se sentir bonita, não se achar bonita. Bonita é uma coisa que você sente não uma coisa que você acha. Ou deveria ser, pelo menos."

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